De perdê-las, que perder não é nada sério. Perca um pouquinho a cada dia.
Aceite, austero, a chave perdida, a hora gasta bestamente.
A arte de perder não é nenhum mistério.
Depois perca mais rápido, com mais critério:
Lugares, nomes, a escala subseqüente da viagem não feita.
Nada disso é sério.
Perdi o relógio de mamãe.
Ah! E nem quero lembrar a perda de três casas excelentes.
A arte de perder não é nenhum mistério.
Perdi duas cidades lindas.
E um império que era meu, dois rios, e mais um continente.
Tenho saudade deles.
Mas não é nada sério.
– Mesmo perder você (a voz, o riso etéreo que eu amo) não muda nada.
Pois é evidente que a arte de perder não chega a ser mistério por muito
que pareça (escreve!) muito sério.
(Elisabeth Boshop)
2 comentários:
A gente só perde o que se permite perder. O que é deveras importante sempre permanece, mesmo que precise ser camuflado, engavetado ou reprimido.
Bjs, Eli!
Oiii;;
Muito bacana seu blog.. Adorei os textos..
Estou seguindo vc.
Bjsss
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