Aprender é exercício diário. Requer olhos treinados, um pouco de sensibilidade e paciência - sobretudo sobre aquilo que não nos convém.
Tenho aprendido muito nos últimos meses. Principalmente que preciso aprender mais. Hoje lembro da minha prepotência de outrora e penso "que bom que tenho me predisposto a mudar"! Me tornei menos limitada, porque é isso que ignorância faz: nos encarcera em nossas certezas e nosso ego.
Quando somos jovens e dotados de saúde queremos tanto, bem mais do precisamos: muito dinheiro, diversão, queremos ser notados. A maturidade traz consigo a necessidade de estabilidade. Buscamos o suficiente pra ter uma vida confortável e em paz. Tenho aprendido a ser tolerante com os meus desejos e a me desprender mais facilmente deles quando trazem angústia, pesar. Tenho aprendido a ser menos complacente. Tenho aprendido que viver é simples, porque sempre estive mergulhada em planos demais, vontades demais. Racionalizava em excesso, me preocupava sobremaneira que a vida fosse exatamente como eu queria que fosse. Como se eu estivesse só no mundo. Como se eu não dependesse do outro, que também é um mundo. Como se o universo não tivesse forças que desconheço. Como se vida fosse parar pelo meu lamento ou minhas necessidades. Viver não metafórico. A realidade é quase palpável. Aceitá-la é o primeiro passo para a abnegação ao que não nos cabe, sem sofrer tanto com isso. Algumas coisas simplesmente são e não há nada que façamos que possa mudá-las. O que temos que decidir é apenas se queremos ter perto o que não nos condiz.
Ao passo que me abandono dos excessos, autoconheço mais; percebo melhor. Esse exercício de enxergar a si mesmo sem disfarce também faz com que aceitemos melhor a nossa humanidade e a do outro. Travessia constante.
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