segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Um vendaval

"Foi um vendaval que me arrastou
E me levou pros braços da ilusão
Um vento forte que rompeu o que era eu
Pobre de mim nem pude sair
Do labirinto quente do seu corpo
E do abismo em teus olhos a me seduzir
A me lançar
 
Quanto sentimento pode um coração calar?
Quanta solidão pode suportar?
Quando a minha vida vai deixar de se arriscar?
Em mares de ilusão teima em navegar..."
(Isabella Tavinani)

sábado, 22 de janeiro de 2011

Aprendiz


Sossego e frisson
Ímpeto e espera
Partir sem sair do lugar
Amenizar o que aterroriza por dentro
E seguir...
Certas coisas que o coração nos traz
nunca deixarão a condição de aprendizado.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Partir, andar


"...Não há como deter
a alvorada
Pra dizer, um bilhete sobre a mesa
Para se mandar, o pé na estrada
Tantas mentiras
e no fim
Faltava só uma palavra
Faltava quase sempre um sim
Agora já não falta nada..."
(Herbert Vianna)

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Telhados de Paris

Venta, ali se vê
Aonde o arvoredo inventa um ballet
Enquanto invento aqui pra mim
Um silêncio sem fim
Deixando a rima assim
Sem mágoas, sem nada

Só uma janela em cruz
E uma paisagem tão comum
Telhados de Paris
Em casas velhas, mudas
Em blocos que o engano fez aqui
Mas tem no outono uma luz
Que acaricia essa dureza cor de giz
Que mora ao lado, mas parece outro país
Que me estranha, mas não sabe se é feliz
E não entende quando eu grito
Eu tenho os olhos doidos, doidos, doidos, doidos
Já vi
Meus olhos doidos, doidos, doidos,
São doidos por ti.

O tempo se foi
Há tempos que eu já desisti
Dos planos daquele assalto
De versos retos, corretos
E o resto de paixão, reguei
Vai servir pra nós
E o doce da loucura é teu, é meu
Pra usar a sós

Eu tenho os olhos doidos, doidos, doidos
Já vi
Meus olhos doidos, doidos, doidos
São doidos por ti.
Eu tenho os olhos doidos, doidos, doidos
Já vi
Meus olhos doidos, doidos, doidos
São doidos por ti.

Venta...
Venta...
Venta...
(Nei Lisboa )

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Eu apenas queria que você soubesse


Eu apenas queria que você soubesse
Que aquela alegria ainda está comigo
E que a minha ternura não ficou na estrada
Não ficou no tempo presa na poeira

Eu apenas queria que você soubesse
Que esta menina hoje é uma mulher
E que esta mulher é uma menina
Que colheu seu fruto, flor do seu carinho

Eu apenas queria dizer a todo mundo que me gosta
Que hoje eu me gosto muito mais
Porque me entendo muito mais também

E que a atitude de recomeçar é todo dia, toda hora
É se respeitar na sua força e fé
E se olhar bem fundo até o dedão do pé

Eu apenas queira que você soubesse
Que essa criança brinca nesta roda
E não teme o corte de novas feridas
Pois tem a saúde que aprendeu com a vida

Eu apenas queria que você soubesse
Que aquela alegria ainda está comigo
E que a minha ternura não ficou na estrada
Não ficou no tempo presa na poeira

Eu apenas queria que você soubesse
Que esta menina hoje é uma mulher
E que esta mulher é uma menina
Que colheu seu fruto, flor do seu carinho

Eu apenas queria dizer a todo mundo que me gosta
Que hoje eu me gosto muito mais
Porque me entendo muito mais também
(Gonzaguinha) 
 
* Ao Valdo, com carinho, que não sabe o bem que me fez hoje quando entrou na redação da TV, segurou a minha mão e começou a cantarolar este poema em forma de música. E ainda eram 04h50 da manhã. E ele mudou o meu dia.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Plena


Uma vez ouvi alguém dizer: “desculpe ter esquecido, Eliana! É que ser feliz me ocupa o tempo”.  Fato constatado; peço licença poética temporária pra este relato.
Este fim de semana foi o primeiro de muitos em que não me preocupei com o telefone celular. De folga quatro dias, desliguei o telefone do trabalho, esqueci o pessoal na mochila e pilotei quase quinhentos quilômetros (ida e volta), partindo de madrugada, rumo a tal felicidade. E achei num recanto lindo do mapa paraense chamado Bragança. Cidade pequena, de casarões antigos, patrimônios material e cultural preservados e um litoral de tirar o fôlego! Não sem antes parar na estrada pra tomar café com leite no acostamento, esticar as costas e ver o sol nascer... A felicidade esteve lá tantas vezes e por tantas eu a rondei. Nenhuma com o mesmo olhar.
Há muito tempo não me divertia tanto: dois cigarros, nenhuma gota de álcool, sem romance, nenhuma festa. Dessa vez fomos só nós: eu e meu reencontro. Um grupo de amigos levinhos preocupados, como eu, apenas com a simplicidade dos dias sem pressa. Voltei bronzeada demais, cansada da viagem, mas de alma lavada e temperada com o sal do mar. Hoje, no primeiro dia útil do ano, cumpri minha rotina mais feliz. Em mim, hoje, não cabe espaço pra mais nada. Estou lotada de felicidade!